Queda do euro em relação ao dólar pode prejudicar exportação de fruta do Brasil

Queda do euro em relação ao dólar pode prejudicar exportação de fruta do Brasil


ITAÚBBA DESTACA QUE EXPORTADORES BRASILEIROS RECEBEM NA MOEDA EUROPEIA, MAS TEM SEUS CUSTOS ATRELADOS À MOEDA AMERICANA

As exportações de frutas do Vale do São Francisco para a Europa, que já tiveram redução de volume e receita no primeiro semestre deste ano devido a problemas climáticos, agora podem ser impactadas também pela desvalorização do euro frente ao dólar nas últimas semanas, segundo avaliação da Consultoria Agro do ItaúBBA. Isso porque o exportador brasileiro recebe em euros, mas seus custos de produção estão atrelados ao dólar.

Em seu informe, a consultoria diz que quaisquer riscos políticos, logísticos e econômicos na Europa podem afetar as cotações e gerar interrupções e/ou diminuição do fluxo de comercialização da cadeia frutícola da região do Vale do São Francisco e de outros polos de produção de frutas. Os riscos atuais são os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia e a ameaça russa de reduzir o fornecimento de gás para a Europa.

“Diante do cenário de incertezas e volatilidade das moedas internacionais, muita atenção deve ser dada à mitigação dos riscos cambiais que no caso da cadeia frutícola se concentra no ‘descasamento’ entre fontes de receitas em euro e os custos em dólares.”

Queda do euro em relação ao dólar pode prejudicar exportação de fruta do Brasil


EM CENÁRIO COMPLEXO, BRASIL AUMENTA EM 2% VENDA DE FRUTAS PARA O EXTERIOR

Segundo o ItaúBBA, se houver um choque amplo de preços de gás na Europa, no curto prazo, a taxa cambial pode alcançar 0,90 dólar por euro, mas poderia ainda fechar o ano com 1,05 dólares por euro, o que representaria uma apreciação da moeda europeia em relação ao dólar. Para essa valorização, seria necessária a normalização do fluxo de gás russo para a Europa e uma postura mais reativa do Banco Central Europeu no combate às pressões inflacionárias.

Com tantas incertezas, a orientação do banco é para produtores e agroindústrias do setor avaliarem a utilização de ferramentas de gestão que contribuam para controlar esse risco da desvalorização do euro com o objetivo de evitar perdas relevantes não esperadas.

A Europa é o destino de cerca de 80% das exportações do setor e o Vale do São Francisco é a principal região exportadora de frutas do país. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), as fortes chuvas no primeiro semestre no Vale do São Francisco afetaram a produtividade e a qualidade dos frutos produzidos, causando redução nos volumes exportados e a queda nos preços pagos no mercado externo.

No ano passado, o Brasil rompeu a barreira do US$ 1 bilhão em exportações de frutas, recorde perseguido há mais de dez anos pelo setor. Mesmo com o recuo de 11% no primeiro semestre, a direção da Abrafrutas considera que ainda é possível repetir esse número em 2022.


Fonte: Globo Rural, Abrafrutas

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